quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

aparessência.


a parência
a patia
a todo dia
que me ensurdece
que me entorpece

a parência
toda essência
fétida que o ser humano cria.


a paressência
a necessidade de ser um dia
a calamidade de não ser
a ingenuidade de só parecer

a parência, mata-te um dia.




desenho: Thiara SJ
montagem e texto: Lari Yoshizawa

ex.PRESSÃO

Tudo grita, tudo irrita

A fumaça embaça, o vidro quebra

Mas você não reage, você não se expressa.

Ex

Pressão

Dói?

Tudo clama, tudo chora

O rio corre, as pernas quebram

Mas só você não pisca, você nunca arrisca!

Ex

Perar

Compensa?

Tudo me olha, tudo me espera

Meu amor suporta, minha paciência se esgota

Mas só você...

Só, cala-me e me faz esperar

Por uma lágrima, uma dor

Um medroso fugitivo do seu peito,

seu amor!



quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

hi-no à .... ih, no!

Vozes abafadas. Eles choram. Suas lágrimas, como águas salgadas, sobem às nuvens e chegam aos pés dos homens; pisam-lhes dia a dia as expressões de desespero, de um povo esquecido, ou talvez lembrado no momento de trancar as portas, ou fechar de súbito as janelas do carro. Um povo que se cansa de ser tratado por números negativos em pesquisas, mas que quer ser chamado pelo nome, que quer ser lembrado com saudade, ser olhado olho-a-olho. Um povo cansado de auto-comiseração, que quer auto-suficiência, que quer liberdade, expressão. Um povo que ama, que tem coração, que não tem medo da terra nem da escuridão. Povo que tem fome de justiça, e não mais de pão, que tem sede de vida, de libertação. Povo criado e tecido no ventre pelas mesmas mãos que me criou, que determinou o céu e o que há debaixo e acima dele.

O ápice da expressão de amor de Deus pela humanidade nos trouxe O Salvador, o qual não fez distinção entre olhares, beleza ou habilidades, o qual derramou o que definitivamente não lhe era essencial à VIDA, por graça, para que TODOS, todos tenham direito à salvação.



-foto: Sebastião Salgado

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


coexistência de extremos.contraste. bem e mal ou bem e ausência de bem. luz e trevas, ou luz e ausência de luz. calor e frio, ou, simplesmente, calor e ausência de calor. questionável seria se o escuro falasse, se o frio sorrise ou, quem sabe, se o mal se revelasse.


na esperança de o dia voltar a clarear seus defeitos, o mundo espera, na escuridão, a luz que se esqueceu de cumprir seu papel.